Florbela Espanca também queria amar muito e escreveu:
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele,
o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender?
É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... pra me encontrar...
Quadro de Jean-Honoré FragonardLa coquette fixée
Nenhum comentário:
Postar um comentário