quinta-feira, novembro 30, 2006

A Bunda, que engraçada


É uma parte do corpo pouco exaltada. Mas quem é poeta encontra mil razões para falar até do inusitado

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai pela frente do corpo.
A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmea sem rotundo meneio.
Anda por sina cadência mimosa,
no milagrede ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte por conta própria.
E ama.
Na cama agita-se.
Montanhas avolumam-se, descem.
Ondas batendo numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda, redunda
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

3 comentários:

tkteca.blogspot.com disse...

Estavas num momento "devaneios". Mas mesmo assim, como podes observar pela foto, te preocupavas a "guardar" a chave da entrada da bunda. (risos0

Bjs Eliete

tkteca.blogspot.com disse...

Só tem uma diferença : para as bundas feias (as caídas, as "sem bunda".....) a gente olha só uma vez, mas aquelas bem fofinhas, a gente olha e ainda quer pegar (muitos risos)

Bjs

TK

tkteca.blogspot.com disse...

(Risos - muitos)

  Quando chegamos ao plano espiritual, a maioria dos espíritos pensa algo muito parecido: – Ah se eu soubesse… Se eu soubesse que a vida rea...