sexta-feira, novembro 24, 2006

Poema enjoadinho


Filhos . . . Filhos? Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo? Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio Como os queremos!
Banho de mar Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa Transpõe o espaço
Engole água Fica salgada Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica! Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação: Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão. Filhos?
Filhos Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o! Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . . Mas se não os temos
Como sabê-los? Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne Que gosto doce
Na sua boca! Chupam gilete
Bebem xampu Ateiam fogo No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinicius de Moraes

2 comentários:

tkteca.blogspot.com disse...

Quando postei essa poesia estava pensando no meus bebês. De como ´´e difícil ser mãe (e pai, mas que nada vale a alegria de ter tido um dia nos braços aqueles entesinhos que dependiam de tudo de vc.

Bjs

tkteca.blogspot.com disse...

É o mundo hoje é um tanto confuso, pois os valores mudam a todo momento, mas acho que nós, como pais e educadores, devemos antes de qualquer coisa passarmos confiança pára que eles se sintam seguros, principlamente para falarem de suas dificuldades. Sei que isso às vezes é difícil por que nem sempre, princialmente na fase adolescente, eles querem falar de si, achando que eles é que sabem tudo e que nossos conhecimentos parecem ultrapassados.

Bjs e muito sorte com seu Bebeco

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